Dr. Fabricio Severino

Membrana de colágeno: A técnica ajudado nas lesões da cartilagem

No que tange às técnicas empregadas para regeneração de cartilagens, uma tem se destacado nos dias atuais. Trata-se da membrana de colágeno, utilizada para tratamento de lesões das cartilagens articulares, resultantes de doenças degenerativas ou traumas.

É importante destacar que as lesões que acometem as cartilagens das articulações costumam evoluir para quadros de dor intensa, além de comprometerem o funcionamento da estrutura. Em determinados casos, tais lesões podem até mesmo levar à ocorrência de artrose ou artrite.

Pelo fato da cartilagem apresentar uma reduzida capacidade regenerativa, o tratamento de lesões dessa natureza representa uma situação clínica desafiadora.

Na atualidade, verifica-se aumento expressivo da ocorrência de artrite e artrose do joelho. Isso ocorre em conjunto com fatores como a obesidade e o maior envelhecimento da população.

Observa-se, também, que há aumento de danos a estruturas cartilaginosas, provenientes de lesões que ocorrem durante a prática esportiva. É importante salientar que a população adulta tem se mostrado mais ativa, fazendo com que a ocorrência de lesão cartilaginosa prematura tenha aumentado.

Nos dias atuais, lesões extensas da cartilagem são tratadas por meio de cirurgia. O procedimento visa substituir a articulação em questão por uma prótese. Há, contudo, técnicas que podem ser empregadas quando da necessidade de reparo cartilaginoso em estágios iniciais, com destaque para a técnica da membrana de colágeno.

Conheça as características e funções das cartilagens

A cartilagem é composta por tecido do tipo conjuntivo, com propriedades que a tornam flexível e resistente, de forma a proteger ossos e articulações. Comparada a uma espécie de amortecedor, possibilita com que a movimentação do corpo ocorra de forma suave.

Outra função da cartilagem é o fornecimento de forma e suporte a determinadas regiões do corpo. A seguir está a descrição completa das funções típicas desta estrutura:

Lesões da cartilagem: Saiba quais são as principais causas

As cartilagens podem ser lesionadas por conta de diversos fatores. Dentre as causas mais frequentes estão o processo natural de envelhecimento, obesidade, ocorrência de lesões ligamentares e meniscais, condições genéticas, tumorações ósseas, acidentes que resultam em graves fraturas e tratamento ineficiente de condromalácia.

Saiba se é possível ocorrer regeneração da cartilagem

Tão logo sofra algum dano, a capacidade de regeneração da cartilagem é praticamente inexistente. Há correntes de cientistas que afirmam a incapacidade da cartilagem em se tratando de se regenerar sozinha. Isso ocorre em virtude da estrutura não apresentar suprimento próprio de sangue.

Em contrapartida, alguns estudos científicos conseguiram provar que determinadas células presentes nas cartilagens apresentam um fator de regeneração pequeno. A atividade física, de acordo com tais pesquisas, é capaz de produzir substâncias que auxiliam na chamada “resposta anti-inflamatória” na área lesionada.

Embora a capacidade de regeneração das estruturas cartilaginosas seja pequena, nos dias atuais há procedimentos cirúrgicos capazes de promover a regeneração quase completa das cartilagens.

Os tipos de tratamento adotados para lesões de cartilagens

De acordo com evidências científicas bem embasadas, determinadas medidas colaboram para a recuperação deste tipo de lesão, como a prática de atividades físicas, bem como o controle do peso corporal e dos sintomas.

Do mesmo modo, há estudos científicos que apontam para a eficácia de infiltrações articulares com o emprego de ácido hialurônico. Esta substância tem a capacidade de regenerar lesões através da anulação ou quebra da cascata de inflamação da condropatia.

O uso da membrana de colágeno em procedimentos cirúrgicos

O tratamento com o emprego de membrana de colágeno é considerado inovador, sendo amplamente utilizado em lesões cartilaginosas de grande extensão. Trata-se da combinação da técnica de microfratura com membranas de colágeno tipo I ou III. O procedimento pode empregar sutura ou colada na área lesionada. Com isso, há efetivo estímulo para que uma nova cartilagem seja formada.

A técnica em questão é considerada segura para regeneração cartilaginosa, não havendo complicações no pós-cirúrgico. Além disso, um estudo apontou que há melhora expressiva dos quadros de dor.

Os cuidados que devem ser tomados no pós-operatório

Sessões de fisioterapia são recomendadas pelo médico especialista após a realização do procedimento cirúrgico. Com isso, busca-se o fortalecimento muscular da perna operada, enfatizando a musculatura anterior da coxa. Outro objetivo da fisioterapia é o estímulo de movimentação da articulação, assim como a diminuição do edema na região do joelho.

É importante que o paciente não projete o peso corporal sobre a perna operada, tratando-se de uma atenção que se deve ter nas primeiras semanas após a cirurgia. Dessa maneira, é preciso a utilização de muletas ou andadores.

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