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Menisco Discoide: o que é, dianóstico e tratamento

Os meniscos são pares de estruturas em forma de meia-lua existentes no interior da articulação de cada joelho. Dessa forma, a porção articular do joelho é composta pelo menisco lateral, bem como pelo medial.

As principais funções dos meniscos envolvem a absorção de impactos gerados entre o fêmur e a tíbia, minimizando o estresse ocasionado nessa área e dissipando cargas de compressão.

Além disso, de acordo com o Dr. Adriano Leonardi, especialista em joelho, em um menisco normal, ocorre a transmissão de forças, suscitando congruência das articulações, favorecendo com que aconteça uma estabilização secundária de cada joelho.

Saiba como o menisco discoide é caracterizado

O menisco discoide é uma anomalia congênita, representando uma variação do que deveria ser uma estrutura normal. Vale destacar que meniscos neste formato são mais predispostos à ocorrência de lesões.

Quando ocorre tal anomalia, o menisco é mais largo do que o considerado normal. Nesse sentido, cobre uma porção mais extensa da articulação do compartimento lateral do joelho.

A ocorrência de menisco discoide pode ser classificada em subtipos, como completo e incompleto, havendo também a variante de Wrisberg.

A chamada “síndrome do joelho que estala”, por sua vez, acontece quando o paciente apresenta sintomas e algum dos subtipos em questão. O indivíduo acometido, além de dores, costuma sentir estalos no joelho.

O primeiro cientista a descrever esta condição foi Young, no ano de 1889. Desde então, afirma-se que a ocorrência de menisco discoide seja de natureza congênita. Ainda não se descobriu, entretanto, os fatores que levam ao desenvolvimento desta anomalia.

Veja se tais variações anatômicas do joelho podem causar sintomas

Alguns indivíduos podem apresentar esta condição sem a presença de sintomas. Caso ocorra alguma instabilidade ou ruptura, os sintomas surgem no joelho em questão.

Quando o quadro é sintomático, o paciente pode sentir dores, ressaltos insidiosos, bem como estalos. O indivíduo também poderá apresentar bloqueio da articulação acometida, derrame articular e limitação da amplitude de movimentos.

A condição chamada de “síndrome do joelho em ressalto”, em que ao se movimentar há a ocorrência de um estalo, tende a se relacionar ao subtipo Wrisberg, causador de instabilidade no menisco afetado.

Se ocorrerem repetidos microtraumas no arranjo de colágeno dessa região, acredita-se na possibilidade de rupturas no sentido horizontal, uma vez que há degeneração.

Diagnóstico

Para diagnosticar esta condição, o médico especialista avaliará a história clínica do paciente, além de realizar um minucioso exame físico.

Dentre os exames de imagem existentes na atualidade, o de ressonância magnética é o empregado para tal diagnóstico. Por meio deste exame, torna-se possível a identificação das dimensões do menisco.

A ressonância magnética também possibilita a detecção de deslocamentos ou rupturas do menisco discoide.

Por quais razões o menisco discoide pode ser facilmente lesionado

A ocorrência de menisco discoide torna esta estrutura mais espessa do que o habitual, levando a uma maior chance de aprisionamento entre o fêmur e a tíbia. O suprimento de sangue vascular também é reduzido, tornando a cicatrização mais difícil.

A ligação estabelecida com a cápsula do joelho se mostra enfraquecida, tratando-se de uma característica anatômica decorrente da inexistência do ligamento de Wrisberg. Tal ligamento é responsável pela estabilização da estrutura quando a pessoa movimenta o joelho.

Com isso, a falta deste ligamento favorece um pinçamento, culminando em maiores chances de ruptura.

Os achados clínicos, quando da realização de ressonância magnética, indicam que o corpo meniscal se tornou mais grosso.

Os relatos dos pacientes tendem a incluir dores localizadas, com algumas fases de alívio e outras de agravamento, principalmente quando são realizados movimentos como agachamentos. Os indivíduos afetados também podem referir bloqueios e edema.

As formas para tratamento

Para determinar a linha de tratamento ideal, o médico levará em conta o tipo de menisco discoide apresentado, o conjunto de sintomas e a idade do paciente.

É importante pontuar que grande parte dos casos é assintomática, não sendo necessária a realização de cirurgia. Caso haja sintomas expressivos, além de lesões ligamentares associadas, poderá ser preciso realizar o tratamento cirúrgico.

Em geral, a cirurgia de meniscectomia total não é realizada em crianças, com exceção para os casos em que o menisco afetado é classificado como irrecuperável. Este tipo de cirurgia não costuma ser realizado amplamente em crianças em virtude de seus riscos, que incluem a possibilidade de desenvolvimento precoce de artrose.

A meniscectomia parcial, também chamada de “saucerização”, é uma técnica cirúrgica em que se preserva o rebordo periférico estável. Nesse caso poderá haver reparo periférico. Este procedimento cirúrgico é empregado para realização de mudanças no menisco, tornando-o com formas mais semelhantes à estrutura normal.

Em determinados casos, o médico especialista poderá realizar a técnica de sutura meniscal, em que é feita a fixação do menisco.

Quando o paciente apresenta instabilidade na região, é comum que o especialista empregue a técnica de artroscopia para diagnosticar e tratar o menisco discoide do subtipo Wrisberg.

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